Depressão Infantil

Depressão Infantil

O Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social.

A depressão infantil se manifesta diferente da depressão adulta, por isso é importante ficarmos atentos!

Em primeiro lugar, é importante diferenciarmos depressão e tristeza. Momentos de tristeza todos temos e fazem parte de nosso processo de desenvolvimento. Às vezes, seu filho ou aluno pode sim ficar triste, desanimado e sem vontade de fazer nada. No entanto, se esse comportamento demorar muitos dias para passar, é melhor ficar atento! A depressão, ao contrário da tristeza, é uma doença que deve ser tratada!

Uma criança desatenta na escola, apática ou mesmo hiperativa merece ser observada com um pouco mais de cuidado, pois ela pode estar sofrendo de depressão. Existem alguns aspectos que devem ser observados no processo de diagnóstico da depressão infantil: humor irritado ou depressivo; perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas; alteração do sono; alteração do apetite com perda ou aumento de peso; dificuldade de concentração; pensamentos de morte; fadiga excessiva ou baixa energia e sentimentos de desesperança ou culpa excessiva.

Nas crianças também são muito comuns sintomas somáticos como dor de cabeça ou de barriga. A tristeza pode se apresentar como baixo rendimento escolar e a irritabilidade com alteração do comportamento: teimosia, brigas em casa e na escola, por exemplo.

O número de crianças deprimidas aumenta a cada ano. A impressão que se tem, de fato, é que a conduta atual de se atribuir às crianças responsabilidades de adultos pode proporcionar uma sobrecarga afetiva incompatível com a faixa etária. Separações, agendas lotadas de atividades, cortes repentinos de convívio com pais, irmãos, mortes na família ou pais depressivos são algumas das situações que podem facilitar o aparecimento da depressão infantil em algumas crianças.

Segundo notícia divulgada por CNN-Saúde, as crianças “materialistas” seriam mais propensas à depressão: “As crianças que equiparam a felicidade ao dinheiro e a fama à beleza são mais propensas a sofrer de depressão do que outras que não dão tanto valor à riqueza e à aparência, de acordo com um estudo realizado na Austrália”.

Se levarmos em consideração a notícia divulgada pela CNN-Saúde, imaginem a quantidade de crianças que estão propensas a sofrer de depressão em nossa sociedade contemporânea, caracterizada pelo materialismo e o culto à beleza!

Segue abaixo alguns comportamentos que a criança deprimida pode estar manifestando:
– Na fase pré-verbal a criança deprimida pode manifestar o humor rebaixado através de expressões mímicas e do comportamento. A inquietação, o retraimento social, choro frequente, recusa alimentar, apatia e alterações do sono podem ser indícios de Depressão nesta fase.

– Na fase pré-escolar as crianças podem somatizar o transtorno afetivo, o qual se manifestará através de dor abdominal, falta do ganho de peso, retardo no desenvolvimento físico esperado para a idade, além da fisionomia triste, irritabilidade, alteração do apetite, hiperatividade e medo inespecíficos.

– Dos 2-3 anos até a idade escolar, a Depressão Infantil pode se manifestar ainda com quadro de Ansiedade de Separação, onde existe sólida aderência da criança à figura de maior contato (normalmente a mãe), ou até sinais sugestivos de regressão psicoemocional, como trejeitos mais atrasados da linguagem, encoprese e enurese.

– Na fase escolar, o cansaço, a dificuldade de concentração, as alterações da memória, são as complicações da Depressão Infantil que comprometem muito o rendimentos escolar e aprendizagem. Essa confrontação continuada com o fracasso acaba fazendo com que o nível de autoestima também se comprometa, podendo levar a criança a apresentar cada vez maior isolamento social e tristeza.

Vale a pena ficar atento ao comportamento das crianças e se houver dúvida, procurar um bom especialista para realizar um diagnóstico. Prevenir é sempre melhor do que remediar!

Fabíola Scherer Cortezia – fabiola@espacodomquixote.com.br
Psicóloga do Espaço Dom Quixote

24 de Julho de 2020

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